Não foi por acaso o gesto de Dilma Rousseff de tentar abrir uma interlocução direta com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. No Palácio do Planalto a avaliação é que o PMDB já iniciou um distanciamento da presidente.
A constatação no núcleo do governo é que já existe uma tendência crescente entre os peemedebistas pelo afastamento do governo. A ficha caiu no Planalto depois do movimento explícito do partido contrário à recriação da CPMF na semana passada. O governo foi alertado pelo PMDB de que seria derrotado e foi obrigado a recuar.
Também causou incômodo entre ministros petistas os comerciais partidários do PMDB na televisão. “Isso é propaganda de partido de oposição”, desabafou um ministro.
A preocupação no governo é que o partido acabe unificando uma posição favorável ao impeachment, o que ainda não existe. Há o reconhecimento de que a manutenção de Dilma no poder – e da governabilidade de forma mais ampla – depende do PMDB. Mas petistas avaliam que o principal aliado não é mais confiável.
No Planalto, não há mais confiança nem mesmo nos interlocutores mais próximos: o vice-presidente Michel Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros. Ministros petistas registraram a ausência de Temer na reunião de coordenação política desta segunda-feira (31).
“Do ponto de vista político, esse é o pior cenário.”, desabafou um assessor do governo. Para petistas, a situação só não é crítica porque até o momento os tucanos não tiveram sucesso na tentativa de aproximação com o PMDB.
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