Governo
teme que a Lava Jato se aproxime de auxiliares mais próximos do presidente
Michel Temer ao avaliar que partido virou a bola da vez
BRASÍLIA
- A prisão do ex-governador do Rio Sérgio Cabral provocou no Palácio do
Planalto a sensação de que a Lava Jato agora mira no PMDB e pode chegar muito
perto de auxiliares do presidente Michel Temer.
O
receio do governo é mais com o que está por vir - na esteira da delação do
empresário Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015 em Curitiba - do que
com o que foi revelado até hoje pelos investigadores.
No
Planalto, a avaliação é de que o PMDB virou a bola da vez da Lava Jato, depois
do PT. A preocupação agora é com um possível ambiente de instabilidade
política, que tende a prejudicar negócios, afugentar investimentos e a afetar
ainda mais a recuperação da economia.
Embora
Cabral não seja próximo de Temer, sempre foi um nome de peso no PMDB e, no
passado, chegou a ser mencionado como possível candidato a presidente da
República. Causa apreensão no Planalto, ainda, a ligação do ex-governador com o
secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, e também
com Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio e pai do
ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ).
Adversários comemoram prisão de
Cabral
O
porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, afirmou nesta quinta-feira que
Temer confia plenamente em Moreira Franco. Na prática, porém, há tensão no
Planalto. Antes mesmo de ser preso, o presidente cassado da Câmara Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) repetiu que Moreira Franco não resiste a uma investigação.
Questionado
sobre a prisão de Cabral, Moreira Franco não quis comentar. Assim também agiu o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O presidente do PMDB, Romero
Jucá (RR), disse que a prisão de Cabral não atinge o partido. “É algo
restrito.” Jucá assumiu nesta quinta-feira o cargo de líder do governo no
Congresso, seis meses após ter sido obrigado a deixar o comando do Ministério
do Planejamento. Ele caiu porque foi flagrado em gravação dizendo que era
preciso “estancar a sangria” da Lava Jato. Para ele, seria “injusto” antecipar
qualquer julgamento em relação a Cabral.
“É um momento triste para o Rio”, resumiu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), referindo-se às prisões de Cabral e também do ex-governador Anthony Garotinho. / COLABOROU ISABELA BONFIM
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