terça-feira, 15 de março de 2016

Relação entre PT e PMDB foi se esfacelando, diz Jucá...

Criticado por senadores do PT sobre o recente posicionamento do PMDB em relação ao governo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou que a vinculação entre os dois partidos "foi se desconstruindo" e "se esfacelando" desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014.
Recém-eleito vice-presidente da legenda, o senador disse ainda que o PMDB faz parte da administração do país, mas não tem "nenhuma ingerência sobre a política econômica do governo" que para ele, "é algo que está destruindo o país".
"O PMDB tem procurado ajudar o governo. [...] O que nós temos que ver é o seguinte: da eleição para cá, esse processo de entendimento, de parceria foi se desconstruindo, ele foi se esfacelando", disse em discurso no plenário do Senado.
O peemedebista citou como exemplo o alijamento do vice-presidente da República Michel Temer da coordenação política do governo. "Há alguns meses, foi dito que haveria, de certa forma, um reengajamento do PMDB e que o vice-presidente Michel Temer iria coordenar a questão política do governo, tentar construir alianças, rever posições. Isso, depois de alguns meses, deu em água e deu em afastamento do vice-presidente Michel Temer dessas atividades", reclamou.
O senador fez a análise sobre a relação entre os dois partidos em resposta às críticas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). No plenário, a petista afirmou que o PMDB faz parte do governo e, portanto, deveria se unir à presidente Dilma Rousseff para apresentar respostas ao país.
"Vossa Excelência não se coloca nem como governo e nem como oposição. Diz que o PMDB vai ter uma postura de tentar ter saídas para o país, mas o PMDB é governo. [...] Não dá para ter uma posição distanciada, como se olhasse do outro lado, e isso fosse uma responsabilidade única e exclusiva do PT. Para o bem e para o mal, o PMDB está junto nessa caminhada, construiu o governo que temos aqui", disse Gleisi ao lembrar também que o PMDB ocupa sete ministérios e tem a vice-presidência da República.
Jucá afirmou também que a decisão do partido de analisar um eventual desembarque do governo apenas em 30 dias foi tomada para se debater a situação da legenda com "profundidade".
"Nós temos hoje um momento de extrema dificuldade, de relevância. A política é dinâmica. [...] Se o PMDB fosse oportunista, se o PMDB fosse precipitado, se quisesse fazer jogo de mídia, teria votado no sábado [na convenção nacional do partido] o afastamento e rompimento. Nós não fizemos isso porque nós agimos com consequência", disse.
Durante o pronunciamento de Jucá, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) protestou contra o processo de impeachment contra Dilma Rousseff por considerar que não há respaldo político e jurídico para que a petista seja retirada da presidência.
O petista acusou ainda o PMDB de fazer um "acordão" com o PSDB para se dar continuidade ao processo no Congresso e disse que um eventual governo Temer não resolverá a crise política porque seria um "governo fraco" com um programa econômico "de retirada de conquistas e direitos dos trabalhadores".
"Tem gente aqui em Brasília querendo se aproveitar da manifestação que foi grande para fazer acordão. Não tem base política e jurídica[para impeachment]. Pedaladas fiscais são uma forçação. Houve no governo Lula, Fernando Henrique Cardoso, e não é crime de responsabilidade. Tem gente em Brasília querendo se aproveitar do direito do povo. No esteio das manifestações têm gente querendo fazer um acordão de cúpula para afastar sem base legal a presidenta Dilma", disse o petista a jornalistas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe Seu Comentário. Com certeza ele será muito útil para mim! Obrigado!