Embora as autoridades indonésias tenham confirmado neste sábado (25) a
execução do brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte – condenado à morte no
país asiático por tráfico de drogas –, o governo brasileiro manterá os
esforços diplomáticos para tentar evitar o fuzilamento, informou ao G1 a assessoria do Ministério das Relações Exteriores.
Segundo o Itamaraty, Gularte foi notificado da execução neste sábado no
presídio da Ilha de Cilacap, na Indonésia, após a mais alta corte
indonésia ter rejeitado as últimas apelações de prisioneiros que
integram o "corredor da morte".
O paranaense, de 42 anos, foi preso em julho de 2004 depois de tentar ingressar na Indonésia com 6 quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Ele foi condenado à morte em 2005.
De acordo com o ministério, o encarregado de negócios do Brasil em
Jacarta, Leonardo Carvalho Monteiro, estava na presença do brasileiro no
momento em que ele foi notificado do fuzilamento. Pelas leis
indonésias, a partir da comunicação oficial, o condenado pode ser
executado, a qualquer momento, transcorrido o prazo de 72 horas. Ou
seja, Gularte pode vir a ser fuzilado já na terça-feira (28). A data e o
horário da execução não foram divulgados.
Nesta sexta-feira (24), o subsecretário-geral das Comunidades
Brasileiras no Exterior, embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães,
convocou o encarregado de negócios da Indonésia em Brasília à sede da
chancelaria para transmitir ao diplomata asiático mais um pedido do
Executivo federal para que a pena de morte seja suspensa.
Ao G1, o Itamaraty ressaltou que, apesar de ter
ocorrido a notificação oficial neste sábado, o governo brasileiro dará
continuidade aos contatos regulares de "alto nível" com Jacarta para
tentar convencer a Indonésia a reverter a execução por razões
humanitárias. O Brasil tenta sensibilizar o governo indonésio de que o
quadro de saúde de Gularte é grave.
A família do paranaense apresentou vários laudos médicos às autoridades
indonésias que comprovariam que ele sofre de esquizofrenia na tentativa
de reverter a pena de morte. Uma equipe médica reavaliou o brasileiro
na prisão em março à pedido da Procuradoria Geral indonésia, entretanto,
o resultado deste laudo não foi divulgado.
O Ministério das Relações Exteriores também afirmou que os diplomatas
brasileiros em Jacarta continuarão prestando a assistência consular
cabível "enquanto for possível", defendendo os interesses do brasileiro.
O Itamaraty, contudo, diz respeitar a soberania da Indonésia e
reconhece a gravidade do crime cometido por Gularte.
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