O deputado federal Zé Carlos (PT-MA) e outros 25 parlamentares petistas assinaram nota pública de repúdio à anistia ao caixa 2. Eles estudam a possibilidade de uma diáspora da legenda, devido um descontentamento com decisões internas.
Um desses descontentamentos é em relação à anistia ao caixa 2. No documento, divulgado na última quarta-feira 23, os petistas afirmam que este é mais um movimento do golpe parlamentar que tirou a ex-presidente Dilma Rousseff do poder; e tem por objetivo proteger deputados que votaram a favor do impeachment e que podem ser enquadrados neste tipo de crime.
“Queremos repudiar qualquer tentativa de anistia ao caixa dois que se pretenda, como penduricalho, agregar a estas medidas contra a corrupção”, diz trecho da nota. “Entendemos que seja este um dos objetivos do golpe: 'estancar a sangria', nas palavras de um dos golpistas; proteger deputados que votaram pelo impeachment da presidenta Dilma e que podem ser envolvidos com este crime eleitoral nas investigações em curso”, defendem os 26 deputados federais do PT.
O tema tem rachado a bancada petista na Câmara, onde o grupo majoritário – chamado Construindo um Novo Brasil (CNB) – é favorável a uma emenda que anistiasse os crimes dessa natureza realizados no passado.
Zé Carlos e os outros petistas que assinaram o manifesto contra a anistia são membros do Muda PT, união de grupos mais à esquerda dentro do partido.
Caso eles deixem a legenda, a bancada ficará apenas com 32 cadeiras. Seria o menor número desde 1986, quando elegeu 16 deputados.