É evidente que Renan Calheiros está
trabalhando para forçar Temer a aceitar ministros investigados, pois
sabe que as gravações que surgirem podem desgastar a imagem do governo.
Renan é um socialista autoritário que sonha em ver o Brasil se
transformar numa Venezuela. Por isso, sempre ajudou tanto o PT. A
estratégia adequada para Temer seria rejeitar as indicações e trabalhar
para desconstruir a imagem de Renan Calheiros (e do PT junto), até o
ponto em que se tornasse uma sandice total sua luta contra o
impeachment. Essa é a estratégia adequada.
Seja lá como for, o desgaste pode estar
ajudando os petistas, conforme o plano de Renan e dos petistas. Dois
senadores já declaram que podem virar a casaca:
Em meio à crise política que atinge o governo interino de Michel Temer, que, em 19 dias desde a posse, já teve que afastar dois ministros flagrados em grampos telefônicos tentando barrar a operação Lava-Jato, os senadores Romário (PSB-RJ) e Acir Gurgacz (PDT-RO), que votaram pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, admitem agora a possibilidade de rever seus votos no julgamento final, que deve ocorrer até setembro. A virada desses dois votos, caso se concretize e os demais votos se mantivessem, seria suficiente para evitar a cassação definitiva da petista. O Senado abriu o processo de impeachment com o apoio de 55 senadores e, para confirmar essa decisão no julgamento de mérito, são necessários 54 votos.
O que é preciso fazer?
Alguns pontos.
Primeiro, demitir todos os ministros
investigados. Todos eles. Alguns podem dizer :”ah, mas isso vai
prejudicar a votação do impeachment, pois o Renan vai exigir que
ministros investigados fiquem por lá, para serem pegos e desgastar o
Temer”. Nada disso. Aprendam com a tática da desconstrução, tão bem
feita pelos petistas. É preciso moer a imagem das ovelhas desgarradas. A
negociação com Renan Calheiros não tem que ser no nível de cargos, mas
no nível da seguinte discussão: “Quando eu vou parar de desgastar tua
imagem?”. Enquanto Temer ficar refém de Renan, o último está em
vantagem.
Segundo, exigir que Temer coordene com
seus auxiliares uma mudança de discurso, realmente desconstruindo Dilma e
o PT. Mas é para usar os termos mais fortes possíveis e abrasivos,
jamais permanecer nesse discurso frouxo atual. É preciso rotular com
força. Decerto Temer não deve fazer esse serviço, pois isso seria brigar
na lama onde Dilma se encontra (ela já virou a barraqueira da vez). Mas
todos os seus auxiliares devem mudar o tom de discurso. Não se pode de
jeito algum adotar a estratégia fracassada de viver com discurso frouxo,
como fez Aécio em 2014. A chave é “desconstrução”. Mandem os
marqueteiros do passado para o olho da rua. A política moderna é ataque,
ataque e ataque. E se o ataque não funcionar, é porque você não está
atacando suficientemente.
Terceiro, e por fim, pressionar, de forma
contundente e desgastante os senadores, retornando à campanha de
pressão pelo impeachment feita com deputados e senadores meses atrás.
Políticos profissionais tem um código de ética: eles precisam tomar
pressão primeiro para somente depois te respeitar.
Adotando essas três táticas, Dilma será
afastada entre agosto ou setembro. Detalhe: além da pressão sobre os
políticos para votar a favor do impeachment, é preciso fazer a pressão
sobre os participantes do governo e aliados a radicalizarem no discurso
contra Dilma e o PT.
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