Interlocutores do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), afirmaram ao Atual7 agora há pouco que ele decidiu aceitar a proposta feita por membros do partido e renunciará o cargo na tarde desta quarta-feira 11. A decisão foi tomada Maranhão após a garantia de que, deixando a função,não correrá mais o risco de perder o mandato e ainda escapará de representações por quebra de decoro e infidelidade partidária.
Pela proposta, Maranhão teria até esta quinta-feira 12 para anunciar a renuncia, mas decidiu antecipá-la para hoje diante da grande reação negativa às suas sucessivas movimentações inusitadas desde que sentou na cadeira do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado do cargo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 5.
O presidente interino da Câmara cai após seguir conselhos do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que o instruiu a votar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Casa e, posteriormente, revogar essa votação que autorizou a abertura do afastamento da presidente.
Sem apoio do próprio partido, da maioria esmagadora das demais legendas, colegas da Mesa Diretora e até pelo ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardoso, Maranhão voltou atrás menos de 24 horas depois, mas o ato não foi suficiente para acalmar a fúria dos deputados.
Da proposta, apenas um acerto ainda não foi definido por Waldir Maranhão: o de pedir licença para assumir uma secretaria no governo do aliado Flávio Dino, a decidir entre a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) ou na Secretaria de Estado da Educação (Seduc).
Mais cedo, o jornal O Estado de S.Paulo revelou que Maranhão embolsou R$ 368.140,09 como professor fantasma da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), sendo mais de 50% deste valor durante o primeiro ano do governo comunista. A sinecura acabou melando os planos, obrigando o governador Flávio Dino a recuar na concessão da pasta.