"Se o impeachment for colocado em votação, (o PSDB) se colocará favorável", afirmou Aécio
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou na manhã
desta quinta-feira que a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de
recomendar ao Congresso a reprovação das contas do governo de 2014
agrava "em muito" a situação da presidente Dilma Rousseff.
Segundo ele, TCU e o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), que no dia anterior abriu uma investigação que pode
impugnar a campanha de Dilma, deram forma ao sentimento de que a
presidente cometeu ilegalidades para se reeleger. "A partir desse
instante, não são mais as oposições que argumentam em relação aos crimes
cometidos", disse. "O TCU, pela unanimidade seus membros, atesta que a
presidente para vencer as eleições cometeu crime de responsabilidade",
completou.
Para o tucano, o PSDB vai aguardar a
manifestação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em
relação aos pedidos de impeachment. Segundo ele, se o pedido for
colocado em votação, o partido será favorável.
"Se o impeachment for colocado em
votação, (o PSDB) se colocará favoravelmente àquilo que pensam seus
eleitores e não só eles, 60% da sociedade brasileira", afirmou.
Em seminário organizado na Câmara pela
oposição nesta quinta-feira para apontar "soluções para a crise", Aécio
disse que o País não tem mais espaço para quem "faz o diabo" para
vencer as eleições. Para o tucano, a presidente Dilma praticou "ações
criminosas" e a reprovação de suas contas pelo TCU permite ao Congresso
determinar o tipo de sanção que deve aplicar.
"Esse governo viveu com a sensação
permanente de impunidade. 'Pode-se fazer tudo, que nada acontece'",
disse Aécio. "Não sei as consequências das decisões dos tribunais, mas
algo já aconteceu no Brasil. O Brasil não terá mais espaço para
governantes que façam o diabo para vencer as eleições, que descumpram
legislações aprovadas pelo Congresso Nacional e que usam de ilegalidades
ou de ações criminosas para vencer as eleições, como apontam alguns dos
indícios que levaram o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a abrir uma
ação de investigação eleitoral em relação à presidente da República",
afirmou o senador.
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PRESTAÇÃO DE CONTAS
Com decisão do TCU, governo diz que impeachment é golpe
"É natural que (quem) cometeu
ilegalidades seja responsabilizado por tal", disse o tucano. Ontem, o
TCU rejeitou por unanimidade as contas da presidente Dilma de 2014 por
causa das chamadas "pedaladas fiscais". Para a oposição, a rejeição abre
caminho para que a Câmara abra o processo de impeachment de Dilma.
A expectativa da oposição é que o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rejeite na próxima
terça-feira, 13, todos os pedidos, inclusive aquele apresentado pelos
juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. Os opositores, então, devem
apresentar recurso para que a decisão seja tomada pelo plenário da
Casa, que pode aprovar a abertura do processo de impedimento por maioria
simples, 50% mais um dos votos dos deputados presentes na sessão.
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