A presidenta Dilma Rousseff encaminhou nesta terça-feira (22) ao
Congresso Nacional a proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria
uma nova contribuição semelhante à antiga CPMF, a Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira.
Anunciada na semana passada, a medida faz parte do pacote fiscal que
busca reequilibrar as contas de 2016. Em agosto, o governo apresentou
proposta orçamentária com déficit de R$ 30,5 bilhões. Após o anúncio do
pacote, a previsão da equipe econômica é que o governo conseguirá
atingir o superávit previsto para o ano que vem, de 0,7% do PIB.
Somente com a CPMF, o governo pretende arrecadar R$ 32 bilhões em 2016,
a serem utilizados para cobrir o déficit da Previdência Social. Como
contribuição para a saúde, o imposto era cobrado até 31 de dezembro de
2007, ano em que o governo tentou aprovar a sua prorrogação, porém sem
sucesso. Caso as medidas sejam aprovadas pelos parlamentares, o esforço
total será de R$ 64,9 bilhões.
O despacho presidencial foi divulgado em edição extra do Diário Oficial
da União de hoje, mas o texto não foi divulgado. Quando anunciou a
medida, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que a contribuição
teria a alíquota de 0,2% e não duraria “mais do que quatro anos”.
O governo enviou também ao Congresso uma medida provisória que aumenta a
alíquota do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) sobre ganho de
capital referente à venda de bens acima de R$ 1 milhão.
Outro item do pacote fiscal encaminhado ao Congresso foi o projeto de
lei que disciplina a implementação do teto do funcionalismo público. Com
a medida, o governo pretende conseguir uma redução de gastos de R$ 800
milhões.
A presidenta Dilma Rousseff enviou também o texto da Proposta de Emenda
à Constituição que elimina o abono de permanência, concedido aos
servidores que atingem as condições de aposentadoria, mas continuam a
trabalhar. O governo estimou uma redução de R$ 1,2 bilhão na despesa
obrigatória com a eliminação do abono.
De acordo com os dados do Ministério do Planejamento, há 101 mil
servidores nessa condição no Executivo Federal, com previsão de mais 123
mil nos próximos cinco anos.
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